Meu relato, um pouco sobre quem eu sou

Tenho 30 anos, desde criança eu era tímido, não me socializava e ficava no meu canto brincando com minhas coisas e imaginando o meu mundo, era mimado e protegido por minha mãe e parentes, não saia na rua e ficava em casa. Quando cheguei na escola senti um estranhamento e hostilidade naquele local, não entendia porque eu tinha que ir, não me interessei em estudar e nem em me socializar com ninguém, eu me desconectava do mundo ao redor e só ficava na minha cabeça sonhando acordado para não me envolver com o mundo estranho fora da minha mente. Tenho dificuldades de atenção, concentração e memoria, as vezes enquanto as pessoas falam eu me perco na imaginação. Me desassociar do mundo exterior é como minha mente responde a situações desagradáveis e estressantes. Não me conecto facilmente ao mundo exterior, muitas vezes ele passa batido, estou acostumado à introspecção. Para eu fazer ou acreditar em algo tem que fazer sentido na minha cabeça, não importa se todo mundo faz ou acredita, eu tenho que entender a lógica por trás, caso contrario me soa absurdo. Para mim a escola e sociedade nunca tiveram lógica, por isso não estudei, socializei ou namorei. Sofri bullying, me sentia desprezado e rejeitado, tinha a impressão que ninguém gostava de mim e me achavam louco, senti medo da escola e sociedade. Hoje eu sei que essa instituição chamada escola abusa e explora estruturalmente os jovens, como eu era jovem não sabia me defender, mas se fosse hoje me recusaria a ir ou brigaria com essa instituição maldita.

Quando finalmente sai daquele inferno não tive vontade de arrumar emprego, estudar e enfrentar o mundo por medo, preferi ficar em casa no pc e videogame onde eu me sentia seguro e confortável. Passou um tempo tentei entrar em algumas faculdades porque sentia ser pressionado a fazer, mas não sei se era mesmo, eu consegui entrar em uma de design gráfico, eu me afastei das pessoas lá, até que eles tentaram ter amizade e ser legal, mas eu já estava acostumado a me isolar. Não apreendi nada lá também, a maioria do que apreendi de design foi sozinho em casa na internet. Depois que sai fui procrastinando exercer a profissão de design, na verdade, eu nem gostei dessa profissão, continuei na mesma, até que aos 25 anos eu pensei que minha mãe fosse morrer, tive uma crise existencial, até pensei em suicídio caso ela morresse, ai procurei emprego, pois decidi sair dessa situação, mas não tinha nada no currículo nem conhecimento profissional de nada e logo desanimei, voltei a ficar na mesma. Nunca tive vida social, profissional, amorosa, sexual e talvez infelizmente nunca terei. Sai algumas vezes de casa, em contato com a sociedade percebo como eu não consigo ser normal, não consigo me integrar a nada, sou o mesmo estranho da adolescência que as pessoas normais odeiam. Não que eu queira ser uma pessoa normal, a normalidade da sociedade é desprezível, mas ao menos gostaria de me sustentar, ser independente e conseguir tudo que as pessoas normais conseguem mesmo eu sendo diferente. Sou tímido, não tenho habilidades sociais e tenho baixa autoestima. Raramente tenho assunto com alguém, meus gostos são estranhos e bizarros demais para ter algo em comum. Não sei me relacionar com as pessoas. Não entendo as pessoas normais e elas não me entendem. Não consigo nem dormir e acordar no horário certo, troco o dia pela noite. Não sei porque sou assim.

Passo a maioria do tempo no meu quarto que não entra sol, a luz aqui em casa é na maioria artificial. Prefiro ficar com luz apagada. Houve uma época que eu tinha ansiedade, sentia meu coração batendo e as vezes disparava sem eu saber o motivo, tinha tremedeira nas mãos as vezes, tive sintomas de TOC e até pensei ter TOC, mas com o tempo essa ansiedade diminuiu, mas as minhas mãos as vezes tremem ainda. Solidão, tédio e melancolia são os sentimentos que mais conheço, refletindo no meu gosto artístico e musical.

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Também tenho 30 anos, ja trabalhei durante 4 anos, porém atualmente estou desempregado. Ja tentei sair dessa situação, porém as empresas sempre pedem experiência.

Tenta uma faculdade pra depois fazer concurso de nível superior, bixo. Pode ser até tecnológo que é 2-3 anos de curso

Eu sempre achei ter que ir à escola chato por conta das outras crianças / adolescentes. O problema era o fato de ter que ir para a escola mesmo. Eu até curto aprender algumas coisas sim. Agora hoje eu acho ter que ir trabalhar bem chato, porque as pessoas são hipócritas. Eu penso assim, eu tenho que trabalhar pra bancar as contas (Eu moro sozinho e vivo de aluguel) e poder fazer as coisas que eu gosto, então eu suporto as pessoas. Faço a minha parte e pronto. E temos que estudar até pra saber escrever um livro, não dá pra fugir disso. Hoje em dia tem muito curso EAD bom. Cursos pela internet. Se quiser posso indicar

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Honestamente virei seu fã, voçê pensa como eu em tudo, tudo é um porre porém necessário, queria poder te dar algum conselho porém eu aceitei tudo isso e não vejo mais como um problema então não consigo te ajudar, mas torço para que voçê se sinta melhor, eu sei como foi difícil no começo.
E é sério, sou seu fã.

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A alegria como anestésico da infelicidade

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É comum pensar que alegria e felicidade são sinônimos. Mas não são.

Alegria é um fenômeno perfeitamente subjetivo, sentimental, da consciência. Felicidade, para muito além disso, é efetivação no indivíduo de um poder socialmente objetivo.

A razão pela qual buscamos avidamente nos entreter, rir, nos divertir e sentir a graça da alegria é justamente a impossibilidade, posta e reposta em nossos dias, de sermos felizes; ou seja, de realizarmos até mesmo um pouco de toda a potencialidade de nossas individualidades, por conta das atuais muralhas e batalhas sociais em que aquele poder não mais nos constitui, mas nos afronta.

Cultivemos a amizade como Epicuro diante da queda da antiga pólis, pois nossos horizontes também se fecham – na exata medida que a nova permanece firme de pé.

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