Há exatamente quase um mês atrás a minha tia veio passar alguns dias aqui em casa, trouxe o marido e as filhas. O marido dela é funcionário público e ganha muito bem, tanto é que viajaram mais de 3000 mil quilômetros para fazer turismo pelo Brasil. Imagina a minha cara quando perguntaram o que eu faço da vida.
Sou trintão, moro com os meus pais, desempregado, não consigo passar em nenhum concurso. Sou um fracasso. Me deu vontade de sumir, sair de casa e desaparecer. O tempo passa e eu fico na mesma. Vivo aquela mesma vidinha de adolescente, a única diferença é que sou adulto. É triste. Eu não vejo saída para o meu problema. A única coisa que salvaria a minha vida seria passar em algum concurso público, mas não tenho a motivação para estudar por tantas horas. Não sei quanto tempo vou aguentar antes de dar cabo de mim mesmo.
Comparar com as outras pessoas não ajuda. Acaba apenas criando culpa, inveja e cobranças.
Esqueça a “cor da grama do vizinho”, provavelmente você não está vendo completamente a cena e está apenas observando o lado positivo e público da família da sua tia. Todo mundo carrega sua cruz, e se a cruz está leve é apenas por um momento, pois a vida vai descobrir uma maneira de deixar cada cruz mais pesada.
Ver saída do seu problema começa na definição de saída. É apenas uma miragem de longo prazo onde os passos são tantos e não são claramente visíveis que atingirão o objetivo. O ideal seria começar com metas mais curtas e de efeito prático mais rápido.
Não é a toa que o Jordan Peterson começa a discussão com a questão de arrumar a cama todo dia. Não é exatamente a questão do serviço em si, mas pela experiência de construir ordem no universo e provocar impacto no mundo, mesmo que seja em uma escala muito pequena.
Você já está derrotado na meta de estudar para um concurso, talvez fosse melhor adiar esta meta e encontrar uma meta menor e que te realize. No final nossa realização acontece não porque atingimos uma meta, e sim porque queremos ver que cada dia estamos ligeiramente melhor que o dia anterior.
Aproveita e dá uma olhada neste vídeo bacana do Jordan Peterson sobre o tema:
Tô exatamente na mesma situação. Quase trinta anos, tentando passar em concursos (e fracassando em vários) porque essa vida associal me impediu de fazer carreira na iniciativa privada. Para onde eu olho vejo pessoas em situação melhor. No caso dos funcionários públicos, são pessoas próximas da minha geração, isso é horrível, eu me comparo com o fulano que tá ganhando bem trabalhando em casa, na estabilidade total, dando conforto para a irmã da minha amiga friendzone - e isso deteriora até as relações, pois tento evitar criar laços, já que só me fazem ficar comparando mais e mais com eles.
Só quem está vivendo na pele sabe como é, não tem solução mágica nem papo de coach que resolva.
A única coisa que posso te aconselhar é focar em um cargo, botar sangue nos olhos e estudar como se não houvesse amanhã para que todos vejam seu sucesso. Tenha fé; se tiver religião, agarre-se a ela para te dar mais confiança.
De maneira nenhuma eu venho tratar a questão de maneira simplista, porque só nós sabemos o tamanho de nossa dor.
Será que seu tio não tem problemas? Às vezes achamos que a vida dos outros é perfeita, mas nada é perfeito.
Não ganho extraordinariamente bem como servidor público, mas sem dúvida em diversos momentos dou graças a Deus por ter um salário certo todo mês.
Contudo, já tive colegas de trabalho que tinham um bom salário e por questões diversas vieram a se suicidar. O que explicaria isso? Eu provavelmente nunca terei respostas exatas, mas vivo tentando identificar quem lucra com tantas desgraças, na busca de compreensão.
Eu mesmo sinto muita solidão, tenho 40 anos, sou divorciado e não tenho amigos. Tenho certeza que se eu não buscar sentido para minha vida eu estarei apressando minha morte, seja por qual meio for.
Além disso, a cada dia que passa parece que as pessoas são mais previsíveis. Tento encontrar uma namorada ou uma esposa mas não faço a mínima ideia de onde encontrar uma pessoa disposta a ter uma vida honesta e não seja sanguessuga. Fazer novos amigos também não é algo fácil. São tantas questões que nenhuma delas de maneira isolada vai resolver o problema.
Enfim, não sei se contribuí para encontrar as respostas que vc busca, mas não sei se dinheiro ou concurso são suficientes para uma vida saudável.
Abraços
Eu realmente me sinto muito mal, inútil, importante,um lixo,e tudo de ruim quando penso nos meus irmãos mais velhos, tenho 18 anos agora e nessa idade os dois saíram de casa,tem trabalho,namoram e já construíram as suas vidas,já eu,passo a maior parte do dia,só trabalhei de freelancer por dois dias e mesmo assim por causa que meu irmão trabalha no lugar e me indicou,não tenho amigos ou qualquer interesse em namoro,eu sou a desepcao da família