de uns anos pra cá eu tenho pensado nisso, queria dar certo na musica mas é algo super dificil de se concretizar, esses trabalhos que envolvem “arte” não estão na esquina, tu não vai chegar em um predio apresentar o curriculo e dizer “oi vim ser pintor, musico, desenhista etc etc” são coisas que você mesmo tem que dar um jeito sozinho, fazer a própria divulgação, tu mesmo achar os contatos e clientes (ou ter dinheiro e conhecidos do meio que vão te colocar dentro de gravadoras e arranjar contratos pra você, oque eu acredito que não seja o caso de nenhum de nós) eu comecei fazendo beats porque queria ser independente, ao invés de só escrever as letras e depender de alguém pra dar vida a musica em si, ganhei um dinheiro no inicio (geralmente vendendo os beats por email mesmo, oque não era nada prático ) mas agora estagnou e meu maior medo é não ir mais pra frente com isso, ficar preso em um emprego comum ganhando um salário minimo, 8 ou mais horas por dia em um lugar que tu odeia, vocês também pensam o mesmo? qual seus sonhos? ( yt https://youtube.com/channel/UCEppyl9txKL1AwuXc5TpmQA )
Penso exatamente o mesmo. Mas sendo sincero, nunca trabalhei, então não sei como é a experiência por si só. Na minha perspectiva, ficar 8 horas em um lugar fora da minha zona de conforto fazendo algo que eu provavelmente não tenha interesse algum parece um pesadelo, mas já fazendo algo que eu goste, como no seu caso, mesmo com um salário básico pra sobreviver, já seria um passo. Mas isso tudo eu falo hipoteticamente, tenho certeza que você deve ter outra visão em relação a isso contudo pela experiência que adquiriu.
Meu sonho é ser escritor ou trabalhar em jornalismo relacionado ao entretenimento, mas cada vez mais parece ser um sonho improvável de acontecer com base em tudo que aconteceu (ou melhor, que não aconteceu) desde o término dos meus estudos e os problemas de saúde mental que me assolam até hoje.
Existem empregos mais genéricos, como trabalhar em áreas administrativas, que podem ser interessantes, ainda que você trabalhe 8 horas por dia. Pode até não parecer o que você curte, mas com o tempo pode se tornar legal. Não estou dizendo que nós devemos aceitar qualquer oferta de trabalho ou prestar qualquer concurso público. Vou dar um exemplo meu: Eu curto arte, cultura, entretenimento e coisas do tipo. Eu passei em um concurso público como um simples auxiliar administrativo, mas tive a sorte de ser chamado para trabalhar em um Teatro Municipal. Auxiliar administrativo não é o emprego dos sonhos e nem paga um bom salário, mas é um trabalho mais técnico, que você faz sozinho e depende de pouca gente pra fazer seu trampo. Sobra pouca gente pra encher o seu saco, além dos prazos pra entregar os documentos (isso não dá pra fugir). No entanto, o principal pra mim é que eu trabalhava em um lugar que eu gostava: um teatro. Mesmo não fazendo o que eu queria realmente, eu curtia bastante. Na verdade, eu comecei a entender a importância do que eu fazia lá e comecei a gostar mesmo. Eu descobri que eu era importante para fazer o Teatro funcionar melhor. E eu estava perto das coisas que eu gostava: cultura, entretenimento, etc. Foi um bom começo! Se você curte música, você pode começar trabalhando na contabilidade de um estúdio de música. Se você curte arte, você pode trabalhar na parte administrativa de um museu. É o que eu indico! São trabalhos com pouca complexidade e que exige no máximo um curso técnico de 2 anos (as vezes nem isso). A partir daí, fica mais fácil você conhecer pessoas que podem reconhecer o seu talento e te direcionarem para outro emprego que seja mais a sua cara. Outra possibilidade com isso, é que você pode ir guardando dinheiro aos poucos pra conseguir bancar a sua própria carreira, pagar cursos, oficinas, materiais e coisas do tipo, pra depois ter mais chances de trabalhar na área que você realmente esteja interessado. Digo isso por ouvir experiências de artistas que não começaram sendo artistas. Muitos começaram de baixo e conseguiram se estabilizar ao longo da carreira. Eles começaram em empregos mais simples e depois subiram. Embora aparentemente chatos, estes trabalhos servem como trampolim para uma carreira mais relacionada com os seus gostos pessoais. Enfim, hoje eu trabalho com TI. Eu escolhi fazer cursos nesta área porque pagam muito bem, mas em paralelo, estou estudando sociologia que é uma das coisas que eu curto; Trabalhar com TI não é a parte mais legal, mas me ajuda a bancar o que eu curto.
Eu adoraria explorar os meus sonhos literários e aflorar o letrista aragaido que existe em mim. No entanto, pelo que estou vendo, não vou poder viver dessa maneira até uns bons anos e isso me frustra e se torna mais uma motivação para eu pensar em meu exílio. Entretanto, se for ter que viver de um emprego qualquer, não há muito o que eu possa a fazer.