Um pouco da minha história

Olá a todos tenho 33 anos e a 1 ano estou em isolamento social, vou tentar contar minha história de uma forma resumida.
Eu desde de sempre fui tímido mas era uma situação q eu conseguia controlar, apesar dos pesares considero q tive uma boa infância, socializei bastante, brinquei muito, enfim foi uma infância proveitosa. As coisas começaram a ficar ruim pro meu lado foi quando eu sai da adolescência e entrei na fase adulta, aquela coisa de só brincar sem responsabilidades acabou e foi ai q eu me compliquei em relação a vida, eu ñ amadureci, ñ assumi responsabilidades q um adulto deveria assumir, vi meus amigos de infância trabalharem, casarem, terem carros e motos,casa própria enquanto eu ñ conseguia me manter em nenhum emprego e isso de ficar me comparando a eles foi me desanimando e me afastando de todos ao longo dos anos. Apesar dessas dificuldades eu ainda socializava aos trancos e barrancos. O acontecimento q fez minha saúde mental acabar de desmoronar foi quando eu abandonei um emprego com menos de uma semana contratado, isso em 2014, foi um tio meu q conseguiu esse emprego pra mim e eu sai sem dar satisfação a ele, fiquei muito mal com isso q aconteceu e acabei ficando cada vez mais “preso” dentro de casa, só saia quando algum amigo me chamava pra conversar aqui mesmo na rua e em algumas raras situações ia na igreja com meus pais. Foi no ano passado (já quase ñ saia mesmo) q liguei o dane-se e desisti de vez de tentar socializar, resolvi q ñ sairia de casa e ñ veria mais meus amigos, vizinhos, conhecidos tudo isso por vergonha. Então como eu disse estou a 1 ano sem sair de casa nem no quintal eu vou, nem socializar com meus pais eu faço, falo muito pouco com minha mãe, com meu pai sou monossilábico e com meus irmãos nem converso a situação ficou ainda pior depois q eles casaram. Vou ser sinceros pra vcs estou desabafando aqui mas ñ pretendo procurar ajuda de um profissional pra me tirar dessa situação, nem força vou fazer pra enfrentar isso, eu já desisti de tentar levar uma vida “normal” já me considero velho pra começar praticamente do zero. Vou ficar aqui no meu cantinho vendo a vida passar esperando a morte chegar. Tentei resumir mas ficou um textão. Enfim é isso.

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Uma das coisas que você citou a qual me identifiquei, foi o fato de nem para o quintal você sai. Eu também. Também não saio nem para o quintal. Na verdade, meus dias se resumem em sair da cama e vim para o pc. Estou nisso pouco mais de dez anos e também não sinto vontade nenhuma de me tratar, pois não me acho doente por mais que os outros falem que eu seja, mas não vou negar que a falta de massa muscular esteja me afetando, mas só isso.
A única pessoa que vive comigo, é caladona, não fala nada, apenas aparece de enfeite aqui em casa (isso não é uma crítica). Sobre meus pais, eu não gosto de conversar com eles. Já gostei, mas de uns anos pra cá, não. Meu pai ficou muito estranho, só sabe falar de doenças, fica inventado coisas absurdas a respeito e chega a ser ridículo. Minha mãe não para de falar da vida e tudo é sobre reclamações e isso cansa. Ambos meu pai e minha mãe só sabem falar, eles não gostam de ouvir, então eu nem os ouço e nem falo, no máximo uma curta mensagem a cada dois ou três meses tal como “filha, me passe o boleto para pagar” e só isso. Os demais parentes eles apenas existem e só isso.
Não assisto televisão, a última vez que assisti algo, foi uma série na Netflix em Fevereiro de 2018 e antes disso eu não me lembro, não que eu não goste, apenas não sinto vontade. Até jogos e redes sociais eu me enjoo rápido, pois assim como os jogos e as pessoas, são na maioria todas iguais, só mudam a aparência e o nome. É raro encontrarmos algo com um bom conteúdo.

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Minha filha parece traçar um caminho parecido aos relatados, entretanto fico pensando a razão de não tentar ajudar pelo menos minimamente na casa, como lavar louça ou arrumar a cama, e conseguir um pouco de senso de propósito e realização nisso.

Será que precisamos continuamente pedir ajuda nas coisas para compartilhar dependência, ou precisamos conversar e mostrar racionalmente que ajudar pode fazer diferença para ela e para as pessoas da casa?

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Minha história aqui é antiga: Meu relato de pai de uma hikikomori

Estamos indo para a quarta psicóloga em conjunto com a terceira psiquiatra, o que nos faz um tanto especialistas em quanto a medicina atual é incapaz de realmente ajudar.

O comportamento dela é compatível com o de uma Hikikomori, bem próximo da avaliação que encontrei lendo este livro: Livro: Hikikomori: Adolescence Without End

Sob o ponto de vista das doenças psicológicas, o TPOC (Transtorno de personalidade obsessivo-compulsiva) é o que melhor se encaixa nos meus múltiplos anos de avaliação, apesar de que as psicólogas que tive contato preferem apenas deixar em suspeita e não formalizar como diagnóstico.

O processo depressivo dela é, na minha convicção, algo que se desenvolveu depois de uns 6 meses de isolamento total, evitando colégio, todos os amigos e as pessoas da família estendida. É normal e evidente a depressão, entretanto não é o motivo do isolamento.

O progresso tem sido melhor no último ano, pois temos observado alguns movimentos como envolvimento com a família estendida e algumas atividades físicas como dança. Acredito mais que foi por causa do desenvolvimento da maturidade e da aproximação da mãe do que de fato por alguma intervenção médica.

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Saber agora que vocês estão em acompanhamento é ótimo. Tenho esse livro em pdf (encontrei no pdfget), ele é bom, mas não deve ser usado como base única de informação e ainda sim sugiro que continue com os profissionais da área. Sobre tais psicólogas deixarem a desejar, tenha paciência, nem todos são um compêndio independentemente da área e formação acadêmica.
Provavelmente eles possam não saber muito a fundo a respeito de pessoas hikis, mas se não estiver confiante com o desempenho deles, há profissionais específicos que possuem maior entendimento a respeito o qual o senhor se quiser, pode solicitar indicação. Me tomo como exemplo, pois quando eu já estava sofrendo de alguns efeitos, o filho de uma assistente social o qual trabalhou comigo na época, mencionou a respeito, eu havia feito uma pesquisa leve e chula e não me identifiquei por falta de informações a respeito. Então mencionei ao meu terapeuta e ele não conhecia, mas me encaminhou para uma breve avaliação paralela com um outro colega de trabalho que sabe a respeito e é um dos poucos na área que estudam a respeito aqui no brasil e este por possuir mais conhecimento a respeito que meu terapeuta, me clarificou muitas coisas principalmente a respeito de transtornos conjugados. Me foi incentivado a participar de outras comunidades, mas são estrangeiras e confesso que as poucas comunidades a respeito do hikikomori aqui no Brasil, abordam o assunto de forma séria como essas outras estrangeiras que citei. Em uma dessas comunidades estrangeiras, eu percebi que pessoas a maioria das pessoas hikis “cujo desenvolveram algum outro transtorno”, a maioria foi relacionado a pressão do trabalho e uma menor porcentagem por causa de escolas, familiares sobre os estudos e de ambos os grupos muitos desses demoraram para notar isso e saber a fonte que os levaram a isso. Nesses grupos há muitos estudantes e profissionais também participantes que nos fazem perguntas a respeito para investir em conhecimento a respeito e tais sempre postam posteriormente seus estudos a respeito (preservando nossa identidade, é claro). Me lembro que um dos artigos dessas pesquisas, que só muda a fonte, mas a causa é quase sempre a mesma, pressão, falta de identidade, desencache social, desvalorização, falta de reconhecimento, rotinas imutáveis, etc, etc e etc., onde todos afetam de alguma forma a autoestima.
Eu abandonei o tratamento faz alguns anos, mas eu não recomendo isso a ninguém, isso é algo que vem de mim e referente a minha pistantrofobia e não tem nada a ver com o hikikomori, tanto que muitas pessoas que estão em fóruns e grupos, estão procurando sair disso de alguma forma.

Antes a pandemia, eu estava me saindo bem. A pessoa que mora comigo estava me levando para conhecer lugares novos e até conhecer algumas comidas novas, fiz menos corpo mole para acompanhar até o mercado e até fomos para uma festa onde conheci algumas pessoas legais, mas aí veio a quarentena chutando o balde e eu voltei para minha zona de conforto, perdi o contato com as duas pessoas que conheci na festa e hoje só converso virtualmente com três pessoas contando agora com o senhor. rsrsrs… Queira que meus pais fossem determinados assim comigo. As outras duas pessoas sabem sobre meu isolamento e me ajudam e elas são as pessoas mais chatas legais que não desistiram de mim e eu não conheço elas pessoalmente o que é bem curioso. Elas fazem exatamente o que preciso, motivação, entusiasmo, reconhecimento e paciência, elas me cultivam a confiar nelas (ainda não confio rsrsrsrs, mas quem sabe?)

Que legal ver um pai indo atraz de entender mais sobre a filha e que bom que a situação parece estar melhorando só queria dizer pra romar cuidado com cobrança exagerada sobre a sua filha pois foi oque aconteceu comigo eu tentei atender as expectativas dos meus pais e acabei “quebrando”.

Obrigado pelo comentário.
Percebo claramente a frustração de não conseguir atingir os níveis de perfeição idealizados por ela e, sabendo disso, eu me seguro ao máximo para não fabricar expectativas que a sobrecarreguem.
Entretanto acredito que a maior referência dela vem das expectativas obtidas pela mãe que tende a ser tão perfeccionista quanto a minha filha. O bom é que ambas parecem estar aprendendo a modular mais estas exigências contra elas mesmas.