Meu relato de pai de uma hikikomori

Já estou cerca de 3 anos em uma situação extenuante com a minha filha. Ela já perdeu um ano de colégio e está a caminho de perder o segundo ano.

Ela não se comunica com a gente. Com muita dificuldade conseguimos levar ela várias vezes no psiquiatra e no psicólogo durante este período, só que o processo sempre interrompe rapidamente no momento que ela percebe uma certa cobrança sobre como a coisa poderia caminhar.

Externamente a impressão é que ela quer passar a vida assistindo vídeos no celular e evitar todos os contatos que não sejam dos pais ou da irmã, e o banho é um evento a cada 3 semanas depois de muita insistência.

Percebemos um processo depressivo dela, mas os remédios só atacaram este lado da depressão até agora. Hoje temos bons momentos de conversas e sorrisos em casa, mas nada que possa envolver responsabilidades.

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Olá, eu sou um hikikomori de 20 anos, e já estou nessa situação há alguns anos. Gostaria muito de participar e contribuir para um grupo de apoio.
Me adicione: https://www.facebook.com/profile.php?id=100022443804375

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Olá Matheus… Este espaço do fórum é para isso mesmo.

Se puder contribuir relatando num tópico superior como está lidando com os seus desafios seria bem bacana.

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Boa tarde, estou preocupado pq a família de uma conhecida tem um jovem com esse sintoma. Tentei me aproximar sendo bem descontraído e brincalhão como todo carioca e não fui bem visto por ele. A tia arrumou um emprego pra ele inclusive na empresa dela , parece que ele vê tudo como obrigação fazerem isso. É uma pessoa com 29 anos e tudo a mãe que resolve pra ele. Se formou numa faculdade, mais por.morar numa cidade pequena o campo de trabalho é limitado. A tia por morar numa cidade gde o chamou pra morar com ela , a começar, vegetariano, não faz as coisas com uma percepção das coisas, tipo acabar de comer lavar a louça guardar, pq é ele e a tia, e tem que ajudar. Ele simplesmente chega, entra no quarto, se deita e fica ali se deixar dorme até com a mesma roupa. eu resolvi pesquisar na internet algo ligado a esses sintomas, e o único foi esse. Falei com a tia que não sabe se é um problema de psicologia ou psiquiatria. Envolve uma série de reações que ele tem se eu for numerar ficarei o dia todo aqui contando. Gostaria de.uma ajuda para que eu possa tentar ajudar. Obrigado.

Olá Gomes, bem vindo.

Pois então, estamos todos tentando descobrir a melhor maneira de ajudar as pessoas nesta condição.

O principal problema é que os hikikomoris parecem sabotar a comunicação e são exímios praticantes da “resistência não-violenta” com o objetivo de conseguir se isolarem em seus quartos.

O livro Hikikomori Livro: Hikikomori: Adolescence Without End sugere que a aproximação primeira deve ser com a família íntima para depois acontecer com a sociedade, não impondo responsabilidades na sociedade sem que o círculo íntimo esteja estabilizado.

Ele também indica que o principal sinal que a comunicação e a interação dentro da família íntima esteja funcionando é quando as pessoas da família se desarmam e conversam rindo.

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É intrigante conviver com alguém que vive em isolamento
Com certeza terapia cognitiva comportamental auxilia muito porém a resistencia de buscar auxílio psicológico é um obstáculo.

Acredito que ela tenha se acostumado mais com o virtual do que com o real.

Ela sempre foi assim? Você conseguiu resolver?

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Com certeza se acostumou com o virtual.
Ela sempre foi bem empática com as pessoas, entretanto alguma experiência de colégio como provas ou pressão do ambiente fizeram ela se esconder do mundo.
No último ano ela identificou que muito do estresse estava relacionado a um esgotamento provocado por TOC. Ela entrava em desespero para conseguir chegar no horário, estudar, tomar banho, se arrumar, etc.
Se ela fosse mais aberta e indicasse mais cedo para a gente sobre o sofrimento do TOC, talvez ela tivesse sofrido menos distanciamento social com os amigos e o mundo.

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Gostaria de te conhecer e saber mais da história da sua filha. Você tem redes sociais? Há uma saída. Eu sei disso!

Sou NEET de 23 anos que está na internet desde de os 7. Parei o colégio um pouco depois do primeiro ano do ensino médio pois não aguentava a cobrança, me causou ansiedade,depressão e culpa a ponto de eu tentar e falhar miseravelmente cometer suicídio, depois fiz supletivo e tá tudo show. Tenta deixar claro pra ela que não existe uma cobrança de sua parte, as vezes acho que perder 1 ano ao invés de virar neet (ou ter qualquer tipo de ideação suicida) é melhor. Tive vários psiquiatras e psicólogos visitarem meu colégio pra que eu fizesse prova separada dos alunos pois me sentia muito ansiosa. Talvez haja uma forma de explicar pro colégio o caso dela e ir aos poucos reintroduzingo a ida ao colégio por exemplo ir ficar 1 hora, depois 2, e ter a habilidade de sair e ir pra casa caso ela se sinta muito pressionada.
FYI Tenho BPD

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